IA: Nvidia deve obter US$ 12 bilhões com venda de chips – 04/07/2024 – Mercado

A Nvidia está prestes a atingir US$ 12 bilhões (R$ 65,8 bilhões) em vendas de chips de inteligência artificial apenas na China este ano. A marca deve ser obtida apesar dos controles de exportação dos EUA que restringiram seus negócios em um dos maiores mercados de semicondutores do mundo.

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O grupo do Vale do Silício, avaliado em US$ 3 trilhões (R$ 16,47 trilhões), entregará nos próximos meses mais de 1 milhão de seus novos chips H20 —projetados para não se enquadrarem nas restrições dos EUA sobre a venda de processadores de IA para clientes chineses—, de acordo com previsões de analistas.

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Esse número é quase o dobro do que a Huawei deve vender do seu produto rival feito na China, o Ascend 910B, segundo estimativas da consultoria de chips SemiAnalysis.

A Nvidia é a mais recente empresa a se ver envolvida nas tensões entre os dois países. A administração Biden quer conter o fluxo dos chips mais poderosos do mundo para a China, temendo que Pequim possa usá-los para criar sistemas de IA mais poderosos com utilização militar.

A escassez de chips de IA impactou a capacidade de grupos de tecnologia chineses como ByteDance, Tencent e Alibaba de competir com as americanas OpenAI (dona do ChatGPT), Microsoft, Meta e Google em uma tecnologia que está remodelando a indústria.

Cada chip H20 custa entre US$ 12 mil e US$ 13 mil, o que sugere que a Nvidia provavelmente gerará mais de US$ 12 bilhões em vendas. Isso seria mais do que os US$ 10,3 bilhões de receita gerados por todo o seu negócio na China —incluindo a venda de chips específicos para jogadores de videogame e outros produtos— no ano fiscal que terminou em janeiro de 2024.

A Nvidia se recusou a comentar as previsões. Já a Huawei não respondeu a um pedido de comentário.

Desde que a administração Biden impôs restrições à capacidade da Nvidia de vender seus chips de IA mais poderosos na China em 2022, a empresa alertou que seus negócios sofreriam, pois provedores de computação em nuvem e startups de IA lá recorreriam a alternativas locais como a Huawei.

“Nosso negócio na China está substancialmente mais baixo do que em outros anos”, disse Jensen Huang, CEO da Nvidia, durante a mais recente divulgação de resultados da empresa em maio. “E agora é muito mais competitivo na China, devido às limitações de nossa tecnologia… No entanto, continuamos a fazer o melhor para atender os clientes nesses mercados.”

Colette Kress, diretora financeira da Nvidia, disse no mesmo evento que a receita de seu segmento de data center —que inclui chips de IA— na China no último trimestre estava “significativamente abaixo do nível anterior à imposição das novas restrições de exportação em outubro”.

Embora as vendas da Nvidia na China tenham sido menores antes do lançamento do novo H20 na primavera, analistas do Morgan Stanley e SemiAnalysis afirmam que o chip agora está sendo enviado em maior quantidade e é popular entre os clientes chineses, apesar de seu desempenho inferior em comparação com os produtos que a Nvidia pode vender nos EUA.

“Os compradores relatam feedback positivo sobre a potencial competitividade do H20”, avaliou Stanley em uma nota de pesquisa aos clientes nesta semana, apontando para “forte demanda na China”.

Dylan Patel, da SemiAnalysis, disse que, embora as capacidades do H20 “no papel” estivessem abaixo das do 910B da Huawei, na prática o chip da Nvidia estava “um pouco à frente”, graças ao desempenho de memória superior.

Ele estimou que a Huawei venderia cerca de 550 mil chips 910B durante o mesmo período, já que a empresa com sede em Shenzhen e seus parceiros de fabricação têm dificuldade em produzir os processadores complexos em volumes suficientemente altos para atender à demanda.

A maioria das empresas de IA chinesas também construiu seus modelos de IA com base no ecossistema e software da Nvidia. Mudar para a infraestrutura da Huawei seria demorado e caro.

A administração Biden introduziu restrições à capacidade da Nvidia de vender seus chips mais poderosos, incluindo o A100 e o H100, para a China em outubro de 2022. Ela apertou ainda mais esses controles no final do ano passado para excluir também os chips mais novos da Nvidia. Em novembro, a Nvidia começou a comercializar um novo conjunto de chips adaptados para a China, dos quais o H20 é o mais poderoso.

Incluindo chips para jogadores de PC, data centers e outros clientes, a China representou cerca de 9% das receitas totais da Nvidia no último trimestre, encerrado em abril, abaixo dos 22% no mesmo período do ano anterior. No entanto, as receitas totais da China, incluindo Hong Kong, ainda aumentaram durante esse período, crescendo mais de 50% ano a ano para US$ 2,5 bilhões.

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