57% dos gaúchos diz que reconstrução levará mais de 3 anos – 29/06/2024 – Cotidiano

Dois meses depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul, e com inundações se repetindo a cada temporal ao longo desse período, mais da metade (57%) dos gaúchos estima que a reconstrução do estado levará ao menos três anos para se completar.

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Os dados são de uma pesquisa Datafolha que entrevistou 567 pessoas com mais de 16 anos no estado, realizada entre os dias 17 e 22 de junho. A margem de erro para essa amostra é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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A maior parte dos gaúchos se coloca entre os mais pessimistas ao avaliar o tempo que será necessário para o estado se recuperar plenamente das chuvas dos últimos meses. Quase quatro em cada dez (39%) diz que serão necessários mais de quatro anos para a reconstrução, maior prazo entre as opções no questionário da pesquisa.

Em seguida, 25% dizem que a recuperação pode ser alcançada no prazo de um a dois anos. Outros 18% dizem que a tarefa deve levar entre três e quatro anos —que, somados aos mais pessimistas, tornam-se mais da metade dos entrevistados.

Só 5% dizem acreditar que a recuperação levará menos de seis meses, e outros 11% dizem que ela será feita no prazo de seis meses a um ano.

A mesma pesquisa Datafolha entrevistou 2.457 brasileiros em todo o país sobre suas percepções sobre as mudanças climáticas, mas apenas os moradores do Rio Grande do Sul foram questionados sobre os prazos para a reconstrução.

Há pouca variação entre as estimativas de moradores do interior do estado e da região metropolitana de Porto Alegre para o tempo de reconstrução. Nos dois casos, a maior parte das respostas se concentra no prazo de um a mais de quatro anos, com diferenças que se mantêm dentro da margem de erro.

As respostas sobre a reconstrução da infraestrutura do estado, no entanto, contrastam com a opinião dos gaúchos sobre a volta à normalidade em seu próprio dia-a-dia.

Quando questionados sobre o tempo necessário para retomar a rotina anterior às enchentes, 33% dos entrevistados dizem que um mês será suficiente. Em todo o estado, 74% dos entrevistados dizem que será possível retornar à normalidade em no máximo um ano.

As estimativas são melhores nas cidades do interior gaúcho, onde 42% respondem que devem voltar à rotina em até um mês, e outros 29% respondem com prazos entre um mês e um ano. Entretanto, dois em cada dez entrevistados no interior não sabem responder quanto tempo será necessário para voltar à rotina anterior ao desastre.

Na região metropolitana de Porto Alegre, em contraste, 26% dos entrevistado dizem que devem voltar à normalidade dentro de um mês. Mais da metade (52%) dos moradores nessa região falam em retomar a velha rotina num prazo maior do que um mês e menor do que um ano, outros 13% estimam que será necessário um período de um a quatro anos. Neste caso, 7% não souberam responder.

Se entre negros e pobres há mais pessoas que relatam ter perdido patrimônio e renda por causa das enchentes, essa população também tem estimativas piores para o tempo necessário para a reconstrução.

Mais de três a cada dez (37%) entrevistados brancos respondem que sua família conseguirá voltar à rotina anterior às enchentes em até um mês, o que corresponde à resposta mais frequente para esse segmento da população. Em seguida, 14% estimam que será necessário entre um e três meses, e outros 14% dizem que será necessário de seis meses a um ano.

Ao mesmo tempo, só 18% dos pretos no Rio Grande do Sul respondem que suas famílias conseguirão voltar à normalidade em menos de um mês. A resposta mais frequente para essa população, que corresponde a um em cada quatro entrevistados (26%), é que será necessário de seis meses a um ano para voltar à rotina.

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