França vai às urnas em eleição decisiva para o país

Com os antigos partidos tradicionais dizimados, o espaço de oposição também foi ocupado em larga medida pela ultradireita de Le Pen e pelo movimento de esquerda liderado por Jean-Luc Mélenchon. Em 2022, quando disputou a reeleição presidencial, Macron ainda demonstrou vigor ao derrotar decisivamente Le Pen, conseguindo os votos de eleitores de vários espectros políticos, mas por uma margem menor do que em 2017. O declínio do seu movimento ficou aparente menos de dois meses depois, quando sua coligação centrista perdeu a maioria na Assembleia.

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Ao convocar uma eleição-relâmpago, Macron esperava voltar a atrair os eleitores franceses que se opõem à ultradireita de Le Pen, como ocorrera nas presidenciais de 2017 e 2022. No entanto, o sucesso anterior da tática não está se repetindo em nível legislativo, segundo as pesquisas, onde a coligação do presidente, chamada Juntos, tem amargado o terceiro lugar. Oficialmente o bloco de Macron é liderado na eleição pelo primeiro-ministro Gabriel Attal.

Nas últimas semanas, Macron tem endurecido o discurso, apelando para que os franceses rejeitem “extremos” e até mesmo afirmando que a França corre o risco de “guerra civil”. A julgar pelas sondagens, a tática de Macron não parece estar surtindo efeito: sua aliança conta com apenas 20% das intenções de voto.

Ultradireita às portas do poder

Por décadas uma força marginal na política francesa do pós-guerra, a ultradireita nunca esteve tão perto de conquistar o poder – ou pelo menos parte dele – desde a fundação da Quinta República francesa, em 1958. Liderado na prática pela veterana Marine Le Pen, o partido Reunião Nacional (RN) aparece com mais de 35% das intenções de voto na maioria das pesquisas.

As eleições legislativas costumavam ser um desafio para a RN. As disputas fragmentadas que favoreciam alianças entre candidatos de partidos tradicionais por décadas serviram para frear a ascensão de deputados de ultradireita. Em 2017, por exemplo, Le Pen conseguiu 33,9% dos votos na eleição presidencial, mas seu grupo elegeu apenas oito dos 577 deputados da Assembleia no mesmo ano. Em 2022, no entanto, com o declínio do “macronismo”, o grupo de Le Pen saltou para 89 deputados. Agora, pesquisas indicam que a RN pode conquistar mais de 200 assentos.

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